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Carlos Bolsonaro
O vereador Carlos Bolsonaro.| Foto: Renan Olaz/CMRJ

A operação da Polícia Federal contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na manhã desta segunda (29) não repercutiu bem entre os parlamentares da oposição, que voltaram a classificar a atuação da corporação e do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou as ações, como “perseguição política”.

Esta é a terceira operação contra um político de direita aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em menos de duas semanas. Além de Carlos Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi alvo de uma ação na semana passada e Carlos Jordy (PL-RJ) na semana retrasada.

Ramagem é suspeito de participar de um esquema de espionagem ilegal no período em que comandou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e Jordy de supostamente ter orientado caminhoneiros em protestos após o segundo turno da eleição presidencial de 2022.

Vice-líder da oposição na Câmara dos Deputados, Maurício Marcon (Podemos-RS) acredita que a operação desta segunda (29) confirma a “perseguição sofrida pela direita no regime comunista que está sendo implantado no Brasil. Infelizmente hoje foi a vez do Carlos Bolsonaro, amanha será mais um de nós até calarem todos”.

“A única saída, se é que existe alguma, seria os presidentes da Câmara e do Senado reagirem, mas essa omissão talvez demonstre que tanto Lira quanto Pacheco fazem parte do plano para calar os conservadores”, disparou cobrando um posicionamento claro de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidentes das duas casas, respectivamente.

Para o deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES), esta nova operação é “mais perseguição política escancarada para minar adversários e calar a oposição. E ainda tem quem ache que estamos em uma democracia plena”.

"Um a um estão calando a oposição no Brasil. Hoje foi Carlos Bolsonaro, mas vários já foram vítimas dessa perseguição e certamente outros ainda serão. Perseguem nas escolas, nas universidades, nas famílias, nas igrejas, nas redes sociais. Perseguem no Parlamento", completou.

Tom semelhante foi usado pela deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), que afirmou que as operações contra aliados do ex-presidente tem em comum "além da confiança do presidente Bolsonaro, a participação chave nas eleições municipais, o que sugere uma grande preocupação de Lula nesse pleito".

"Não existem coincidências. Estamos vendo um avanço ditatorial sem precedentes, inclusive contra políticos eleitos pelo povo brasileiro. Ficar calado nesse momento é ser cúmplice de um sistema que devorará tudo e todos que não se sujeitam à ideologia vermelha", afirmou.

A crítica à democracia também é feita pelo ex-deputado federal Paulo Eduardo Martins (PL-PR), que afirmou que “a ‘democracia’ amanheceu com fome nesta segunda-feira. Fez a alegria daqueles que serão devorados por último”.

O deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) é mais incisivo e classifica essa terceira operação contra oposicionistas como “ditadura” no momento em que “Carlos Bolsonaro e Jair fazem uma live colocando 500 mil pessoas ao vivo”.

“Oito horas depois, mandam a PF nos endereços de Carlos. A ditadura está aí”, disparou.

A referência à live da família Bolsonaro também é citada pelo deputado federal Coronel Meira (PL-PE), que disse que "já é o terceiro político de Direita que sofre busca e apreensão nesse ano, em comum, todos do Rio de Janeiro, e todos com papéis".

"O recado foi claro. Não façam mais LIVES falando a verdade para milhões de pessoas ou vai todo mundo preso", disse o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO).

Já o deputado federal Daniel Freitas (PL-SC) diz que “a Abin é a narrativa da vez (tanto para colocar uma cortina de fumaça em assuntos que queiram abafar, quanto para tentar cavar uma justificativa pra perseguir qualquer pessoa ligada ao Bolsonaro)”.

O vereador Carlos Bolsonaro e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não se pronunciaram sobre a operação desta segunda (29). De acordo com as primeiras informações, o filho do ex-presidente teria sido um dos beneficiários de informações coletadas ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) através de um programa de monitoramento de celulares e tablets.

Há mandados de busca e apreensão contra Carlos Bolsonaro sendo cumpridos no gabinete dele na Câmara Municipal e na casa dele na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

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